sexta-feira, 27 de julho de 2012

Diabetes

O que é Diabetes mellitus5?
Diabetes mellitus5 (DM) é uma condição na qual o pâncreas6 deixa de produzir insulina7 ou as células param de responder à insulina7 que é produzida, fazendo com que a glicose sangüínea8 não seja absorvida pelas células do organismo e causando o aumento dos seus níveis na corrente sangüínea.
Existem dois tipos principais da doença. O diabetes tipo 19 (DM1) e o tipo 2 (DM2).


Diabetes mellitus5 tipo 1. O que é?
O DM1 é o tipo de diabetes2 predominante na infância e na adolescência, a idade em que ela se inicia geralmente é de 10 aos 14 anos (pico de incidência10). Porém, a incidência10 (número de casos novos) do DM2 está aumentando nesta faixa etária nos últimos anos.
O diabetes tipo 19 resulta da destruição das células beta do pâncreas6 – células produtoras de insulina7. Esta destruição é mediada por respostas auto-imunes celulares. Ou seja, o próprio organismo destrói suas células, levando ao aumento da glicose11 no sangue3 por déficit absoluto de produção de insulina7.
As manifestações clínicas na infância e na adolescência variam desde a cetoacidose – que muitas vezes é o evento inicial da doença, até uma hiperglicemia1 pós-prandial. As manifestações podem ser desencadeadas pela presença de infecção12 ou outra condição de estresse ao organismo. Apesar de rara na apresentação inicial, a obesidade13 não exclui o diagnóstico14 de DM1.
O DM1 associa-se com relativa freqüência a outras doenças auto-imunes como tireoidite de Hashimoto, doença celíaca, doença de Graves, doença de Adison, vitiligo15 e anemia perniciosa16. Recomenda-se investigar rotineiramente a doença auto-imune17 da tireóide e, se possível, também a doença celíaca nas pessoas que têm DM1, devido a sua maior prevalência18 (número de casos existentes de determinada doença).


Diabetes mellitus5 tipo 2. O que é?
O DM2 é considerado uma das grandes epidemias do século XXI e afeta quase 90% das pessoas que têm diabetes2, sendo o tipo mais comum.
Ocorre quando o nível de glicose11 (açúcar4) no sangue3 fica muito alto. A glicose11 é o combustível que as células do corpo usam para obter energia. O diabetes2  tipo 2 ocorre quando não há produção suficiente de insulina7 pelo pâncreas6  ou porque o corpo se torna menos sensível à ação da insulina7  que é produzida - a chamada resistência à insulina19. A insulina7  ajuda o corpo a levar a glicose11 para dentro das células.
Os sintomas20 incluem aumento da freqüência urinária, letargia, sede excessiva e aumento do apetite – muitas vezes não acompanhado de ganho de peso.
É uma doença crônica que pode causar complicações à saúde; incluindo insuficiência renal21, doenças do coração22, derrame23 (acidente vascular cerebral24) e cegueira.
Em termos mundiais, cerca de 240 milhões de indivíduos apresentam DM, com uma projeção de 366 milhões para o ano de 2030, dos quais dois terços serão habitantes de países em desenvolvimento. Infelizmente, cerca de metade das pessoas com DM desconhecem que são portadores desta condição e não podem, dessa forma, prevenir suas complicações.
No Brasil, o número estimado de portadores de DM é de aproximadamente 16 milhões de pessoas.


Pré-diabetes25. O que significa este conceito?
É uma condição em que os níveis de glicose11 são mais altos que o normal, mas não tão altos para dar o diagnóstico14 de DM2 (o tipo mais freqüente). Pessoas com pré-diabetes25 têm maiores riscos para desenvolver diabetes2  tipo 2, doenças do coração22 e derrames (acidentes vasculares cerebrais). Uma vez cientes desta condição, podem iniciar medidas preventivas.


Quais são as causas do DM?
No DM1, a causa básica é uma doença auto-imune17 que lesa irreversivelmente as células beta do pâncreas6 (células produtoras de insulina7). Nos primeiros meses após o início da doença, são detectados no sangue3 anticorpos26 - anticorpo27 anti-ilhota pancreática, anticorpo27 contra enzimas das células beta (anticorpos26 antidescarboxilase do ácido glutâmico - antiGAD, por exemplo) e anticorpos26 anti-insulina7.
No DM2, ocorrem diversos mecanismos de resistência à ação da insulina7. O estilo de vida moderno tem papel fundamental no desenvolvimento do diabetes2, quando consiste em hábitos que levam ao acúmulo de gordura28 principalmente na região abdominal. Tipo de distribuição de gordura28 que é mais relacionado ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares29.


O que se sente?
Os sintomas20 do aumento da glicemia30 são: sede excessiva, aumento do volume urinário e do número de micções31, hábito de urinar durante a  noite, fadiga32, fraqueza, tonturas33, visão34 borrada, aumento de apetite e  perda de peso.
Estes sintomas20 clássicos do diabetes2 muitas vezes passam despercebidos ou não são valorizados pelos portadores desta condição.
Estes sintomas20 tendem a ir se agravando e podem levar a complicações severas e agudas como a cetoacidose diabética35 (no DM1) e o coma36 hiperosmolar (no DM2), caso a doença não seja diagnosticada, nem tratada.
Os sintomas20 das complicações que ocorrem a longo prazo, ou seja, aquelas decorrentes da hiperglicemia1 mantida ao longo dos anos, envolvem alterações visuais, circulatórias, digestivas, renais, urinárias, neurológicas, dermatológicas, ortopédicas e problemas cardíacos.


Como o médico faz o diagnóstico14?
Além dos sintomas20 e sinais37 clássicos da doença, que podem não estar presentes precocemente, o diagnóstico14 laboratorial do Diabetes mellitus5 é estabelecido pela medida da glicemia30 no soro38 ou plasma39, após um jejum de 8 a 12 horas e também pela dosagem da glicemia30 2 horas após sobrecarga com glicose11 (glicemia30 2 horas após-sobrecarga). O diagnóstico14 sempre deve ser confirmado com uma segunda medida.
Os parâmetros para o diagnóstico14 de diabetes2 são:

Critérios para a presença de anormalidades da tolerância à glicose11, segundo a ADA-2005:


 Categoria
 Glicemia de Jejum40
 Glicemia30 2h pós-sobrecarga
 Normal
 <100 mg/dl41
 <140 mg/dl41
 Glicemia de jejum40 alterada (GJA)
 100-125 mg/dl41
 -
 Tolerância à glicose11 diminuída (TGD)
 -
 140-199 mg/dl41
 Diabetes2*
 126 mg/dl41
 200 mg/dl41


Quando ambos os exames são realizados (glicemia de jejum40 e TOTG42 de 2h), GJA ou TGD podem ser diferenciados.

*O diagnóstico14 de diabetes2 requer confirmação em uma outra coleta.
(Adaptado da American Diabetes2 Association - ADA 2005)


Quais os objetivos do tratamento?
O objetivo principal é manter os níveis glicêmicos o mais próximo dos valores considerados normais. Também é importante manter os níveis adequados de colesterol43, controlar a pressão arterial e o peso corporal de acordo com o que se segue:

Glicemia30 plasmática (mg/dl41)*:

  • Jejum: 110 ou 100 (ADA, 2004)
  • Pós-prandial: 140-180
  • Glicohemoglobina (%)*: 1% acima do limite superior do método

Colesterol43 (mg/dl41):
  • Total: < 200
  • HDL44: > 45
  • LDL45: < 100
  • Triglicérides46: < 150

Pressão arterial (mmHg):
  • Sistólica: < 130**
  • Diastólica: < 80**

Índice de Massa Corporal47 - IMC*** (kg/m²): 20-25  kg/m².

* : Quanto ao controle glicêmico, deve-se procurar atingir valores os mais próximos do normal. Como muitas vezes não é possível, aceita-se, nesses casos, valores de glicose11 plasmática em jejum até 126 mg/dl41 e pós-prandial (duas horas) até 160 mg/dl41, e níveis de glicohemoglobina até um ponto percentual acima do limite superior do método utilizado. Acima desses valores, é sempre necessário realizar intervenção para melhorar o controle metabólico.
** : The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detectation, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure (JNC 7). JAMA 2003; 289:2560-72.
***:  Índice de Massa Corporal47 – IMC. É a medida mais usada  na prática para saber se  uma pessoa é considerada obesa ou não. Ele é calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros.

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