terça-feira, 29 de novembro de 2011

Colocar protese de silicone nos seios dá estrias?

Toda cirurgia de inclusão de prótese de silicone pode levar ao aparecimento de estrias. Quanto maior o volume do implante, maior a chance do aparecimento de estrias. Como prevenção a paciente deve fazer uso de hidratante de pele nas mamas antes e depois da cirurgia.

Cirurgia Plástica Dra Daniele Pace: Existe alguma plástica que não deixa cicatriz?

Cirurgia Plástica Dra Daniele Pace: Existe alguma plástica que não deixa cicatriz?: É muito comum as pessoas pensarem que a cirurgia plástica é um tipo de cirurgia que não deixa cicatrizes, mas ela sempre resulta numa cicatr...

Existe alguma plástica que não deixa cicatriz?

É muito comum as pessoas pensarem que a cirurgia plástica é um tipo de cirurgia que não deixa cicatrizes, mas ela sempre resulta numa cicatriz. Entretanto, os conceitos de cirurgia plástica nos auxiliam a colocar cicatrizes em locais que propiciem um melhor resultado estético. Optamos também, sempre que possível, por cicatrizes pequenas.

Quem tem diabetes ou hipertensão pode fazer cirurgia plástica?

Sim, pacientes com diabetes e hipertensão controlados podem ser submetidos a toda e qualquer cirurgia, não só as plásticas, desde que estejam fazendo seus tratamentos adequados e fazendo acompanhamentos com seus médicos.

A lipoaspiração emagrece?

O objetivo principal da lipoaspiração não é nem emagrecer nem diminuir a celulite. A lipoaspiração é um procedimento indicado para a retirada de gordura localizada, portanto melhora o contorno corporal. Por retirarmos a gordura, há diminuição do peso corporal e pode melhorar a celulite em determinadas áreas. Mas o resultado não é visto na balança e sim na melhora do contorno corporal. E não podemos esquecer que, se o paciente engordar, o resultado da lipoaspiração é perdido.

domingo, 27 de novembro de 2011

Preenchimento Cutâneo

Preenchimento cutâneo
O preenchimento é uma técnica desenvolvida por dermatologistas que substâncias orgânicas ou inorgânicas são injetadas na pele para preencher rugas, corrigir sulcos ou aumentar partes do rosto, como o contorno maxilar e os lábios. O procedimento pode ser realizado em consultório. A anestesia não é necessária, mas, se desejado, podem ser aplicados (pelo médico) anestésicos tópicos em forma de creme, em torno de 30 a 60 minutos antes do preenchimento.

O procedimento é simples e rápido, normalmente feito através de microcânulas (seringas sem agulhas) aplicadas de forma mais superficial ou profunda, de acordo com a densidade da substância. E também é muito rápido: pode variar de 15 a 40 minutos e a recuperação é imediata.

As substâncias mais usadas no preenchimento são o ácido hialurônico e o hidróxido de apatita. A diferença mais marcante é a duração de cada um.
O ácido hialurônico é atualmente um dos produtos mais seguros e o que mais utilizo em meu consultório, por não causar alergias e também por não ter resultado definitivo. Assim, a paciente pode ver o efeito e decidir ou não pelo preenchimento definitivo.

Apesar de ser produzido em laboratório, o ácido hialurônico é um componente natural da derme - segunda camada da pele - e dispensa testes prévios. A duração do preenchimento varia de 6 a 12 meses, sendo necessária nova aplicação após este período. Por possuir forma mais fluida, é recomendado para rugas finas, como ao redor dos olhos ou lábios.

Para as duas substâncias, a médica avisa que há algumas contra-indicações: Não é indicado para pessoas com histórico de quelóide, doenças de pele agudas e problemas de cicatrização.

Botox
Mais eficaz no tratamento das chamadas rugas dinâmicas, como os "pés de galinha" ou as rugas entre os olhos, a toxina botulínica ¿ mais conhecida como Botox ¿ é o tratamento considerado mais eficaz pelos médicos. O Botox, quando bem aplicado, tem resultados positivos que são os responsáveis pela explosão em seu uso.

A toxina botulínica é uma substância produzida pela bactéria Clostridium Botulinum e tem uma potente ação, mas, usado em pequenas doses, não faz nenhum mal e pode melhorar os aspectos de envelhecimento facial. A paciente e o seu círculo de relacionamento familiar e de amizade percebem a melhora, mas esta melhora deve ser natural, e é desejável que não se perceba com facilidade que o Botox foi aplicado. As pessoas dizem que a paciente está bem, com aspecto descansado e com melhor aparência.

A principal diferença entre o Botox e o preenchimento é que o primeiro apenas relaxa a musculatura e evita a contração excessiva dos músculos, diferente da técnica de preenchimento, que aumenta o volume dos lábios e outras regiões da face, remodelando as formas e os contornos do rosto.

O Botox também pode ser aplicado em consultório, seguindo os mesmos procedimentos do preenchimento. No entanto, seus resultados não são imediatos. "Os efeitos demoram de 24 a 48 horas para começarem a aparecer. Em uma semana se tem 90% do efeito final e em duas o tratamento está completo".

As reações adversas, como a queda das pálpebras, podem acontecer pela má aplicação do produto (quando se escolhe um ponto muito próximo da sobrancelha). "O efeito colateral tem o mesmo tempo de duração do Botox. Ele não é definitivo", acrescenta. A toxina tem efeito de três a seis meses, podendo ser reaplicada novamente. "O tempo de duração do Botox depende do paciente, da dose aplicada e do planejamento do médico. Há ainda a questão da reação individual ao produto", afirma Isabela. A toxina é liberada pelo FDA (Food and Drug Administration - órgão de controle de medicamentos americano) e pelo Ministério da Saúde Brasileiro, como bloqueador muscular.

Toxina Botulinica

A toxina botulínica tipo A ganhou os holofotes quando demonstrou sua eficácia para amenizar rugas e linhas de expressão. Nem todo mundo sabe, mas a mesma substância amplamente usada em clínicas dermatológicas para deixar a testa lisinha, no Brasil, é indicada e aprovada pela ANVISA para sete diferentes tratamentos terapêuticos que ajudam no resgate da qualidade de vida.

A toxina botulínica é produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Conhecida por seu efeito tóxico essa neurotoxina causa o botulismo, uma intoxicação que afeta o sistema nervoso e provoca a paralisia gradual dos músculos. O estudo dessa condição mostrou que, em doses muito pequenas, essa toxina podia ser usada com fins terapêuticos.A substância foi empregada como uma alternativa não-cirúrgica para o estrabismo e utilizada pela primeira vez em 1989, depois da aprovação pelo FDA (Food and Drugs Administration), órgão norte-americano que aprova e controla o uso de medicamentos. Por aqui, o produto chegou três anos depois, em 1992, também para o tratamento do problema oftalmológico.

O laboratório Allergan é dono da marca Botox, nome comercial pelo qual a toxina ficou popularizada no Brasil e em todo o mundo. Além dele, também são comercializados no País o Dysport, do laboratório Ipsen, e o Prosigne.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Silicone e Atividade física

Quem tem silicone deve pegar mais leve na musculação, especialmente nos exercícios peitorais? 
As restrições são temporárias. Nos primeiros 40 dias, para implantes subglandulares (ou seja, abaixo da glândula mamária e acima do músculo peitoral maior) e subfasciais (abaixo da fáscia do músculo peitoral) deve-se evitar toda a atividade física que envolva a região muscular peitoral, ombros e costas.

domingo, 20 de novembro de 2011

LIPOENXERTIA OU PRÓTESE DE GLÚTEO?

Toda mulher deseja ter um bumbum bonito. Podemos ter o auxílio da cirurgia plástica pra conquistar isso de duas formas: lipoenxertia ou prótese de silicone. A lipoenxertia corrige pequenas deformidades, depressões e aumenta um pouco a projeção do bumbum. Utilizo a mesma gordura do paciente retirada através da lipoaspiração. É menos dolorido e tem bom resultado. Dura em média 4 anos e 30% do volume é reabsorvido nos primeiros meses. A prótese de silicone esta indicada quando queremos um volume maior para o glúteo, principalmente em pacientes magras que não possuem gordura para ser injetada no bumbum. O pós-operatório é mais dolorido, entretanto o resultado é bem satisfatório e bonito. Temos também o ácido hialurônico que pode ser usado para preencher pequenas áreas de celulite e depressão. Pode ser feito no consultório e dura em média 1 ano. É rápido e não incha muito.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cremes e celulite

Há muitos cremes no mercado cosmético que prometem reduzir gordura localizada e celulite, duas grandes queixas estéticas das mulheres. Os tratamentos sem dor nem esforço são tentadores, mas não fazem milagres sozinhos: o efeito depende também da forma de aplicação. O segredo para potencializar a ação dos cremes está na massagem, que ajuda na absorção dos princípios ativos e eliminação de líquidos. Para um resultado melhor é indicado aplicar os cremes diariamente ao longo de três meses e duas vezes por semana depois desse período. Também é importante avaliar qual o princípio ativo na hora de escolher o produto

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Feriado e Cirurgia Plástica

Muitas pacientes aproveitam vésperas de feriado para fazerem suas cirurgias e terem mais alguns dias de repouso para recuperação. O repouso no pós-operatório de cirurgia plástica é muito importante pois evita complicações como feridas que se abrem, inchaços demasiados, cicatrizes feias. Tem que se cuidar depois da cirurgia!

sábado, 5 de novembro de 2011

Protetor solar para peles sensíveis

A Sun Max lançou a linha Sensitive para peles sensíveis. Fator de proteção 30.

Entrevista na TOPGESTO

Dra Daniele deu uma entrevista na revista TOPGESTO do mês de setembro sobre o assunto "Cirurgia a distância". Falou sobre como pacientes migram de cidades a procura de um especialista adequado. Comenta: "Não existem risco de operar em outros lugares desde que o pré-operatório esteja correto".

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tese de Mestrado



Artigo Original Páginas 77 a 81
Efeito de Substâncias Antioxidantes (Vitamina C, Vitamina E e Gingko Biloba) na Viabilidade de Retalho Cutâneo Dorsal em Ratos

Autores: Daniele PaceI, Antônio Carlos CamposII, Ruth GrafIII


Descritores: Retalhos cirúrgicos. Antioxidantes. Ácido ascórbico. Vitamina E. Gingko biloba. Ratos Wistar

RESUMO:
O uso de substâncias antioxidantes tem sido relacionado a menor formação de radicais livres e menor dano tecidual em situações de hipóxia. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de substâncias antioxidantes (vitamina C, vitamina E e Gingko biloba), intraperitonealmente, na viabilidade de retalho cutâneo dorsal em ratos. Foram utilizados 24 ratos da linhagem Wistar, distribuídos em 4 grupos de 6 ratos cada, correspondentes aos grupos controle, Vitamina C, Vitamina E e Gingko biloba. O retalho cutâneo foi desenhado no dorso de cada rato, medindo 10 x 3 cm, com pedículo caudal. No grupo controle, foi aplicado 1 ml de solução fisiológica 0,9% após 24 horas da confecção do retalho, intraperitonealmente, por 6 dias consecutivos. No grupo Vitamina C, foi aplicada vitamina C na dose 340 mg/kg de 12/12 horas, no grupo Vitamina E, foi aplicada vitamina E na dose 20 mg/kg 1x/dia e, no grupo Gingko biloba, foi aplicado Gingko biloba na dose de 100 mg/kg 1x/dia, por 6 dias consecutivos. No 14o dia de experimento, foi realizada planimetria digital, na qual foram avaliadas a área total, área viável e área de necrose dos retalhos. A avaliação histológica foi realizada mediante biópsia da área viável para quantificar a neovascularização do retalho. No dia 14, a planimetria digital revelou que a viabilidade do retalho no grupo controle foi 65,93 ± 1,49%, no grupo Vitamina C, 78,05 ± 5,38% (p = 0,0039), no grupo Vitamina E, 75,08 ± 7,54% (p = 0,0161) e, no grupo Gingko biloba, foi 72,16 ± 5,40% (p = 0,0245). Histologicamente, os retalhos apresentaram aumento do número de vasos em todos os grupos, sendo que no grupo controle foi 17,33 ± 3,88, no grupo Vitamina C, 37,33 ± 4,08, no grupo Vitamina E, 27,17 ± 3,25 e, no grupo Gingko biloba, 37,17 ± 9,38. Conclui-se que a viabilidade do retalho cutâneo dorsal em ratos é maior nos grupos que receberam substâncias antioxidantes e a neovascularização do retalho está aumentada em todos os grupos, porém mais pronunciada nos grupos que receberam as substâncias antioxidantes.

INTRODUÇÃO

Retalhos cutâneos são muito utilizados em cirurgia plástica, tanto reconstrutora como estética. Uma das grandes preocupações pós-operatórias é a viabilidade destes retalhos, a qual depende de vários fatores, entre os quais o tamanho e a irrigação sangüínea do retalho. Várias substâncias já foram testadas com o objetivo de diminuir a área de necrose dos retalhos de pele, de maneira a favorecer o resultado cirúrgico, como substâncias vasodilatadoras, anestésicos, analgésicos, enzimas, substâncias antioxidantes, dentre outros. O radical livre é resultante do metabolismo normal da célula, é uma molécula com um ou mais elétrons sem par em sua órbita. Eles tendem a reagir com outras moléculas na tentativa de emparelhar seus elétrons. Este processo resulta em lesões para muitas células, que até então não apresentavam nenhuma alteração, por danificar o DNA e as proteínas. Os radicais livres têm papel importante na reperfusão do tecido isquêmico, pois são produzidos em excesso em áreas isquêmicas. A necrose de um retalho pode ocorrer por infecção, deiscência ou hematoma, mas a demora na reperfusão do tecido é o principal componente de injúria, porque gera os radicais livres1-3. As substâncias antioxidantes são defesas naturais contra os radicais livres e várias são descritas como vitaminas, coenzima Q-10, ácido lipóico, ervas e muitas outras que possuem a capacidade de diminuir o nível de estresse oxidativo. A capacidade antioxidante da vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, baseia-se na sua ação de captar e liberar o íon hidrogênio, promovendo a diminuição da formação de radicais livres4 . A vitamina E, conhecida também como alfa-tocoferol, possui mecanismo de proteção da membrana plasmática celular contra a peroxidação lipídica causada pelos radicais livres formados durante a reperfusão tecidual de retalho cutâneo isquêmico4,5. O Gingko biloba é um extrato das folhas verdes da árvore de Gingko e sua principal ação é no sistema circulatório, onde promove a dilatação dos capilares e melhor oxigenação dos tecidos. Previne a agregação plaquetária e a formação de placas ateroscleróticas nas paredes arteriais por meio da inibição do fator de ativação plaquetária6. Este estudo tem por objetivo analisar a ação de substâncias antioxidantes (vitamina C, vitamina E e Gingko biloba), por via intraperitoneal, na viabilidade de retalho cutâneo dorsal em ratos, mediante os seguintes parâmetros: macroscopia - área de viabilidade do retalho e, microscopia - neovascularização do retalho.


MÉTODO

Este estudo foi realizado no Laboratório de Fisiologia da Universidade Tuiuti do Paraná e aprovado pela Comissão de Ética em pesquisa em consoante à Declaração de Helsinki. Foram seguidas as Normas para Apresentação de Documentos Científicos da Universidade Federal do Paraná, UFPR (2000); foi utilizada a Nômina Anatômica Veterinária (1983) e foram obedecidos os princípios éticos em experimentação animal, preconizados pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal, COBEA. Foram utilizados 24 ratos (Ratus Norvegicus albinus), da linhagem Wistar, machos, adultos, com peso entre 200-500g, saudáveis. Os animais foram divididos em quatro grupos de seis ratos cada, definidos como grupo controle, grupo Vitamina C, grupo Vitamina E e grupo Gingko biloba. Utilizou-se anestesia tipo inalatória com éter etílico a 97%, com ventilação espontânea. Após a anestesia, foi demarcado e realizado retalho cutâneo no dorso de cada animal, com pedículo de base caudal de 3 cm de largura por 10 cm de comprimento, medido com régua graduada em cm, e elevado da musculatura dorsal, constituído por pele e tela subcutânea, utilizando-se como plano de dissecção a fáscia aponeurótica7. Tomou-se o cuidado de não lesar o pedículo do retalho, onde se encontravam os vasos sacrais (Figura 1). O retalho foi imediatamente recolocado em sua posição original e suturado por planos (Figura 2). As substâncias antioxidantes foram administradas do primeiro ao sexto dia de pós-operatório, após 24 h da confecção do retalho. No grupo controle, os animais receberam, por via intraperitoneal, 1 ml de solução fisiológica 0,9%, nos dias 1 a 6 diariamente. No grupo Vitamina C, os animais receberam vitamina C na dose de 340 mg/kg de 12/12h diluída em 1 ml de soro fisiológico a 0,9% e administrada por via intraperitoneal. No grupo Vitamina E, os animais receberam vitamina E na dose de 20 mg/kg 1x/dia e, no grupo Gingko biloba, os animais receberam extrato seco de Gingko biloba, na dose de 100mg/kg 1x/dia, administrados da mesma forma em todos os grupos. Todos os animais foram avaliados, diariamente, do dia 1 ao 14. Considerou-se viabilidade do retalho toda a área do retalho que apresentava aspecto normal de textura, coloração e morfologia, semelhante ao tecido não descolado. Área de necrose foi considerada toda área com textura pétrea, coloração escurecida e presença de crostas. Foi determinada a área total do retalho, área de viabilidade proximal e área de necrose distal em cm2. A avaliação da área do retalho cutâneo foi realizada em todos os animais no 14º dia. As áreas de viabilidade e necrose do retalho de cada rato foram copiadas utilizando-se filme transparente e caneta solúvel em álcool, conforme demonstrado na Figura 3. As figuras obtidas foram digitalizadas com auxílio de "scanner" com resolução óptica de 100 dpi, enviadas a um computador Pentium® II e analisadas por meio do programa de computador Corel DRAW 9® . A avaliação microscópica foi realizada a partir do estudo histológico das biópsias obtidas das áreas dos retalhos cutâneos, em todos os grupos, no dia 14. Para o estudo histológico foi ressecado de cada retalho um fragmento de forma retangular, medindo 20 x 5 mm, na sua porção viável, na zona de transição entre o retalho elevado e o tecido normal não descolado adjacente ao retalho para avaliação do número de vasos sangüíneos. Neste estudo, foi considerada a variável área total do retalho, e foram aplicados os testes não-paramétrico de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney. Adotou-se o nível de significância de 5% ou p = 0,05 para rejeição da hipótese de nulidade para ambos os testes.


Figura 1 - Pedículo do retalho dorsal de base caudal. O pedículo caudal tem duas artérias sacrais para a sua nutrição, que penetram na base do retalho.


Figura 2 - Detalhe do retalho após síntese em rato do grupo controle.


Figura 3 - Cópia da área por aposição para planimetria digital.



RESULTADOS

A observação diária do processo de cicatrização foi realizada do dia 1 ao 14. O retalho apresentou evolução para necrose de sua ponta, iniciando com edema e isquemia de sua porção distal (Figura 4). Pode ser observado na Figura 5, que as porcentagens das áreas de viabilidade dos retalhos nos grupos da Vitamina C, Vitamina E e Gingko biloba foram maiores do que a porcentagem da área de viabilidade do grupo controle. Observou-se que a porcentagem da área de viabilidade do retalho no grupo Vitamina C (p = 0,0039) foi superior às porcentagens das áreas de viabilidade dos retalhos nos grupos Vitamina E (p = 0,0161) e Gingko biloba (p = 0,0245). No presente estudo, pode-se verificar que o uso de substâncias antioxidantes aumentou a área de viabilidade dos retalhos quando comparados ao grupo controle, pois a média de viabilidade do grupo controle foi 65,93%, enquanto o grupo Vitamina C foi 78,05% (p = 0,0039), grupo Vitamina E foi 75,08% (p = 0,0161) e grupo Gingko biloba foi 72,16% (p = 0,0245), demonstrando que em todos os grupos onde foram administradas as substâncias antioxidantes houve um aumento significativo da área de viabilidade do retalho quando comparados ao grupo controle, sendo que o grupo Vitamina C foi superior a todos eles. O aspecto histológico da neovascularização do retalho no grupo controle, Vitamina C, Vitamina E e Gingko biloba revelou grande quantidade de pequenos vasos jovens, característicos do processo de neoangiogênese (Figura 6). O número de vasos encontra-se aumentado nas áreas dos retalhos nos grupos Vitamina C (p = 0,0039), Vitamina E (p = 0,0060) e Gingko biloba (p= 0,0038) e maiores em relação ao número de vasos na área do retalho do grupo controle, demonstrando o aumento da neovascularização proporcionada pelas substâncias antioxidantes sobre as áreas dos retalhos. Os grupos Vitamina C e Gingko biloba apresentaram resultados muito semelhantes, superiores aos encontrados no grupo Vitamina E (Figura 7).


Figura 4 - Retalho do rato do grupo vitamina C no dia 14. Nota: 14 dpo = décimo quarto dia de pós-operatório.


Figura 5 - Porcentagem das áreas de viabilidade dos retalhos no dia 14.


Figura 6 - Corte histológico do retalho cutâneo no dia 14 do rato do grupo vitamina c, TG, 100X. Observa-se neoformação vascular composta de pequenos vasos na área do retalho no canto inferior esquerdo, sendo que as hemácias em seu interior são evidenciadas pela cor vermelha . Esta coloração comprova que estes vasos não têm camada muscular média lisa, a qual se coraria em púrpura por esta técnica.


Figura 7 - Número de vasos nas áreas dos retalhos no dia 14.



DISCUSSÃO

Neste estudo, foram realizados retalhos semelhantes ao trabalho de Khouri et al.7, que modificaram o retalho proposto inicialmente por McFarlane et al.8, para retalho de 10 x 3 cm utilizando pedículo caudal. Neste retalho, há duas artérias sacrais nutridoras do retalho ao invés de somente uma, o que confere maior viabilidade ao retalho. Foram encontrados na literatura escassos trabalhos que estudaram os efeitos das substâncias antioxidantes9-12, sendo que as mais estudadas foram a vitamina C, vitamina E e Gingko biloba. Hayden et al.10 iniciaram a administração da Vitamina C e Vitamina E uma hora após o retalho ter sido elevado e encontraram média de viabilidade do retalho nestes grupos de 84 a 89% (p < 0,005), superior ao encontrado no grupo controle, que foi de 67%. No presente estudo, a média de viabilidade do retalho no grupo Vitamina C foi 78% (p = 0,0039) e no grupo Vitamina E foi 75,12% (p = 0,0161), resultados inferiores aos encontrados pelos autores acima.

Neste estudo, a Vitamina C, a Vitamina E e o Gingko biloba foram aplicados por via intraperitoneal, similar ao trabalho de Bekerecioglu et al.9, que utilizaram a mesma via de administração da Vitamina C e do Gingko biloba, com exceção da vitamina E que foi aplicada por via intramuscular. Também no trabalho de Souza Filho et al.12 foi utilizada a via intraperitoneal para o uso de Gingko biloba. A via intraperitoneal é considerada rápida, segura e de fácil acesso. No presente trabalho, foram utilizadas as doses de vitamina C de 340 mg/kg de 12/12h, vitamina E na dose de 20 mg/kg 1x/dia e Gingko biloba na dose de 100 mg/kg 1x/ dia. As doses são semelhantes às empregadas por Bekerecioglu et al.9, que utilizaram a vitamina C na dose de 340 mg/kg de 12/12 h, Gingko biloba, na dose de 100 mg/kg por dia e vitamina E, na dose de 20 mg/kg, porém em dias alternados, intervalo muito prolongado uma vez que a meia vida da Vitamina E é 24 h, por um período de 6 dias. Souza Filho et al.12 também utilizaram o Gingko biloba na dose de 100 mg/kg 1x/dia, por um período de 5 dias.


CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos neste estudo, pode-se concluir que a viabilidade do retalho cutâneo dorsal em ratos é maior nos grupos que receberam substâncias antioxidantes e a neovascularização do retalho, evidenciada pelo aumento do número de vasos, está aumentada em todos os grupos, porém é mais pronunciada nos grupos que receberam as substâncias antioxidantes.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Rotstein OD. Oxidants and antioxidant therapy. Crit Care Clin. 2001;17(1):239-47.

2. Bulkley GB. Free radicals and other reactive oxygen metabolites: clinical relevance and the therapeutic efficacy of antioxidant therapy. Surgery. 1993;113(5):479-83.

3. Prada FS, Arrunategui G, Alves MC, Ferreira MC, Zumiotti AV. Effect of allopurinol, superoxide-dismutase and hyperbaric oxygen on flap survival. Microsurgery. 2002;22(8):352-60.

4. Rock CL, Jacob RA, Bowen PE. Update on the biological characteristics of the antioxidant micronutrients: vitamin C, vitamin E, and the carotenoids. J Am Diet Assoc. 1996;96(7):693-704.

5. Freedman JE, Keaney J Jr. Vitamin E inhibition of platelet aggregation is independent of antioxidant activity. J Nutr. 2001;131(2):374S-7S.

6. McCaleb R. How much do you know about ginkgo biloba. Better Nutrition. 1994;56(5):60-3.

7. Khouri RK, Angel MF, Edstrom LE. Standardizing the dorsal rat flap. Surg Forum. 1986;37:590-1.

8. McFarlane RM, DeYoung G, Henry RA. The design of a pedicle flap in the rat to study necrosis and its prevention. Plast Reconstr Surg. 1965;35(2):177-82.

9. Bekerecioglu M, Tercan M, Ozyazgan I. The effect of Gingko biloba extract (Egb 761) as a free radical scavenger on the survival of skin flaps in rats: a comparative study. Scand J Plast Reconstr Hand Surg. 1998;32(2):135-9.

10. Hayden RE, Paniello RC, Yeung CS, Bello SL, Dawson SM. The effect of glutathione and vitamins A, C and E on acute skin flap survival. Laryngoscope. 1987;97(10):1176-9.

11. Zaccaria A, Weinzweig N, Yoshitake M, Matsuda T, Cohen M. Vitamin C reduces ischemia-reperfusion injury in a rat epigastric island skin flap model. Ann Plast Surg. 1994;33(6):620-3.

12. Souza Filho MVP, Leal PRA, Sbalchiero JC, Marques MJM. Efeito do extrato de Gingko biloba na viabilidade de retalhos cutâneos em ratos. Rev Soc Bras Cir Plast. 2002;17(2):45-56.










I. Mestre em Cirurgia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Membro Aspirante da SBCP.
II. Cirurgião do Aparelho Digestivo, Coordenador do programa de Pós-Graduação em Clínica Cirúrgica da UFPR.
III. Doutora em Cirurgia pela UFPR, Professora da Disciplina de Cirurgia Plástica da UFPR, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Visiting Professor da ISAPS.
É sempre válido corrigir ou melhorar algum aspecto físico que está afetando a auto-estima. No entanto, quem deseja se submeter a uma cirurgia plástica, seja ela reconstrutiva ou estética, precisa estar ciente de que nem sempre o resultado final é o desejado pela paciente.

Mesmo tomando o cuidado de realizar o procedimento com um cirurgião plástico experiente, por vezes, o organismo reage diferente do esperado, transformando o sonho de um corpo mais bonito num verdadeiro desastre estético.

Sempre pergunto aos meus pacientes se eles me procuraram por uma questão de momento ou se é algo que incomoda há tempo. Plástica não pode ser algo de momento. É preciso avaliar se os benefícios serão maiores do que os riscos.

Homens e cuidados com a pele

Se até pouco tempo não era comum ver homens comprando loções e cremes para o corpo e o rosto, é bom saber que esta realidade mudou. Quem não aderiu ao hábito de passar creme pode pensar que isso é "coisa de mulherzinha", frescura. Mas além da preocupação estética há também uma questão de saúde e bem estar. O Hora H desta semana mostra a importância de você manter a sua pele hidratada e tenta derrubar este preconceito que, pelo que os números indicam, em breve vai ficar no passado.

Vasinhos nas pernas!

O verão está chegando, e com o calor não há como evitar que as pernas fiquem à mostra. Sendo assim, é natural o desejo de exibi-las bonitas e saudáveis. No entanto, existe um problema comum que atrapalha bastante este projeto de pernas impecáveis, mesmo que a pele esteja bronzeada e hidratada, e coxas e panturrilhas torneadas: são as microvarizes, ou vasinhos, denominadas clinicamente como telangiectasias. Essas veias de coloração azulada ou avermelhada perceptíveis quando olhamos para a pele – em ramificações fininhas que não passam de 1 mm, como se fossem uma raiz de árvore – incomodam a vaidade feminina. Procure o cirurgião vascular pra esclarecer suas dúvidas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Cuidados com a cicatriz após a cirurgia plástica

Cirurgia como mamoplastia redutora e abdominoplastia resultam em cicatrizes após a cirurgia plástica. Não tem como operar as mamas ou o abdome para retirar excesso de pele e gordura sem deixar cicatrizes. Mas existem tratamentos para deixaá-las bonitas. O que são cicatrizes bonitas? São cicatrizes finas, claras, sem relevo e com ótima aparência. Podemos usar micropoe, pomadas a base de silicone e fitas de silicone por um período de 2 meses para obtermos esse resultado.